A primavera bateu-me hoje com força. Tenho a roupa suada e colada ao corpo, num exagero invernal de camadas. Cheira a flores. A nova água das pedras manga laranja sabe a safari-cola e a desilusões adolescentes. Ainda não larguei o vício de cismar no que faria se ninguém soubesse, o testemunho inequívoco da minha profunda cobardia. Daqui a uma semana estarei de férias. Começo a ver uma série mas a atriz que faz de mãe tem quase a mesma idade da que faz de filha e as idades de ambas distam demasiado das idades das personagens que interpretam. Não consigo aguentar e desisto ao fim de 2 episódios. No youtube acelero os vídeos x1,5, todos me parecem lentos a falar, a explicar e a reagir. Na vida real infelizmente não posso fazê-lo e isso deixa-me impaciente. Será isto um transtorno mental? Uma disforia de velocidade? Hoje foi o primeiro dia do ano em que tive calor. É como se renascesse.
Um pensamento sobre “diário #20230324”
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Cheira a flores, quase me chega para ser feliz. Gosto do que escreve, de como escreve.
~CC~